Eclipse Total da Super Lua
No dia 28 de Setembro teremos um dos maiores e mais esperados acontecimentos astronómicos do ano: a ocorrência de Super Lua em simultâneo com um Eclipse Total da Lua. Este fenómeno já não acontecia há mais de 30 anos, tendo o último ocorrido em 1982, e tendo havido apenas 5 no século XX. Não perca esta oportunidade de o observar pois o próximo será somente em 2036!
O que vai acontecer pouco depois da meia-noite? Será que a lua deixará de se ver? Será que pessoas de todo o mundo verão uma lua vermelha gigante? Que aspecto terá a lua ao nascer? E que relação tem o eclipse com festividades judaicas?
Bem, logo pouco depois da meia noite, acontece um conjunto de fenómenos astronómicos especiais. A lua entra na penumbra da Terra à 1h10min e a partir deste instante a lua escurece progressivamente adquirindo tons mais acinzentados. A seguir, às 2h07min a lua entra na sombra da Terra, começando a ficar com tons mais avermelhados e acastanhados. Às 2h46min, a lua estará no perigeu da sua órbita (que será o mais curto de 2015) a uma distância de 356877 km da Terra (cerca de 49600 km mais perto do que quando se encontra no apogeu). Esta proximidade faz com a lua apareça 14% maior no céu do que quando a lua cheia ocorre no apogeu.
O começo do eclipse total ocorre às 3h11min, quando a lua entra totalmente dentro do cone de sombra da Terra. Embora fique totalmente na sombra, a lua não deixa de ser visível mas apresenta uma cor avermelhada e acastanhada. De facto, durante um eclipse lunar os raios solares incidem na lua após atravessarem a atmosfera terrestre onde são dispersados e perdem uma grande quantidade de luz azul e verde (ficam mais retidos na atmosfera). Assim, durante o eclipse, a lua não é iluminada com luz branca mas sim com luz mais avermelhada.
O máximo do eclipse ocorre às 3h47min e, passados 3 minutos, pelas 3h50min ocorre o instante da fase de Lua Cheia. Como o instante de Lua Cheia ocorre próximo do do perigeu teremos então uma super lua, que em simultâneo coincide com a altura do máximo do eclipse, ou seja teremos um eclipse da super lua. Pelas 4h24min termina o eclipse total e progressivamente a lua sairá da sombra, perdendo o tom avermelhado e ganhando o tom de cinzento escuro e, por fim às 6h24min a lua sai completamente da penumbra voltando à sua tonalidade habitual.
O brilho e visibilidade da Lua
Normalmente a super lua apresenta-se 30% mais brilhante do que uma lua cheia habitual. Ora, isto não acontecerá durante um eclipse, em que há uma diminuição de luminosidade. A melhor altura para observar a super lua em todo o seu esplendor é como habitualmente no seu nascimento, que no dia 27 ocorre às 19h10min. A super lua aparecerá no horizonte como uma lua gigante avermelhada. Note-se no entanto que este avermelhamento da lua é diferente do que ocorre durante o eclipse. Enquanto que durante o eclipse, a lua é iluminada por luz avermelhada, durante o nascimento/ocaso a lua é iluminada por luz branca que é posteriormente reflectida para a Terra e se torna avermelhada quando dispersa na atmosfera terrestre.
O eclipse será visível com o mesmo aspecto em todos os lugares da Terra que nesse momento tenham a lua acima do horizonte. Assim, as pessoas que terão oportunidade de ver este eclipse total da lua serão aquelas que vivem em Portugal continental e insular, na Europa Ocidental, bem como na África Ocidental, América do Sul e Central e leste da América do Norte.
Em resumo, a progressão do eclipse em Portugal (hora de Portugal continental) será a seguinte:
A lua entra na penumbra às …………………………. 01:10
A lua entra na sombra às …………………………….. 02:07
Meio do eclipse às ………………………………………. 03:47
A lua sai da sombra às ………………………………… 05:27
A lua sai da penumbra às ……………………………. 06:24
Grandeza do eclipse = 1,276 considerando o diâmetro da lua como unidade.
Fig.1 – Os pontos de contacto referidos na lista acima do eclipse total da lua
Os Calendários Lunares e o Eclipse
Para além da simultaneidade com a super lua, há ainda uma outra curiosidade que torna este eclipse um acontecimento raro. Todos os anos ocorrem pelo menos 2 eclipses lunares, no entanto só mais raramente estes são totais. Acontece que os últimos 3 eclipses foram totais, sendo este o último de uma tetrada de eclipses totais. Por outro lado, sendo o calendário judaico lunar e tendo datas de festividades definidas pela lua cheia, por vezes os feriados judaicos coincidem com tetradas de eclipses totais. Este ano, tal como no ano passado em 2014, verifica-se essa coincidência e os 4 eclipses totais consecutivos ocorrem nos dias da Páscoa judaica e da Festa dos Tabernáculos (Sucot). Esta ocorrência simultânea é bastante rara e aconteceu apenas por 4 vezes no último milénio.
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