Formação Planetária muito primitiva
Nos testes com a nova linha de base de 15 km no rádio-telescópio Atacama Large Millimeter/ submillimeter Array (ALMA), que consegue a resolução angular de 35 milisegundos de arco, capturou-se a melhor imagem (de sempre) de um sistema planetário em formação, à volta da estrela muito jovem HL Tau (no Touro), do tipo solar e a 138 pc.
Todas as estrelas e planetas são formadas pelo colapso gravitacional de uma massa enorme. A física do aquecimento e arrefecimento assim produzidos associados aos movimentos turbulentos numa massa gasosa com poeiras, campo magnético e perda de momento angular – devido aos jactos bicolores que emanam da protoestrela – mostra que uma nuvem inicialmente esférica evolui para um objecto central que absorve a maioria da massa (a futura estrela) e uma pequeníssima fracção subsiste num disco em rotação rápida e achatado, que eventualmente forma planetas.
A agregação das poeiras em grãos, destes em rochas e depois em corpos de metros e quilómetros, leva tempo enquanto ocorre o achatamento do disco, deixando para essa altura o aparecimento de asteróides, planetas grandes e cometas. Quando os protoplanetas adquirem uma massa elevada absorvem material na sua zona orbital e alteram a forma do disco podendo migrar e confinar o gás e pequenos objectos noutras zonas mais apertadas.
Apesar da HL Tau estar embebida numa espessa camada de poeira e gás, que é opaca à radiação visível, pode ser claramente observada nas bandas do rádio do ALMA. Na imagem real (em cor falsa e não é um desenho artístico) da emissão da poeira em torno da estrela, observam-se anéis bem diferenciados por zonas quase vazias de material, que só podem ser criadas por protoplanetas grandes que aí se deslocam orbitando a estrela. Porém, o objecto central encontra-se ainda a agregar massa do disco e simultaneamente a expulsar gás na forma de jactos (já observados), originando a grande novidade: é que numa etapa ainda tão inicial (≈1 milhão de anos) já lá existem planetas grandes!
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