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Imagem da Terra em cor falsa, composta de fotos obtidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (NASA). O limbo escuro lunar faz o horizonte.

2015 termina hoje, dia 31 de dezembro, às 23h 59m 59,(9)s. Contudo, nesse momento a Terra não terá completado a volta de translação ao Sol. São duas definições bem distintas.

A descoberta e entendimento da duração do ano vem das mais antigas civilizações. Na velha Babilónia o estudo da periodicidade dos fenómenos celestes levou à previsão da sua ocorrência futura. As colheitas abundantes sempre associadas às épocas mais propícias ao cultivo, controlaram a sobrevivência da humanidade, mais concentrada no hemisfério norte do planeta na zona temperada, que passou a depender da previsão astronómica das estações.

Por isso, o estudo do ano solar, da sucessão das épocas agrícolas e o ciclo das estações foi uma tarefa crucial, aperfeiçoada ao longo de milénios. Esta actividade tão fundamental levou à definição de Ano Trópico como o intervalo de tempo entre dois inícios consecutivos da Primavera que, para facilitar a sua contabilização, deve ocorrer sempre no mesma data do ano, atualmente a 20 de Março. O início da Primavera (a norte) define-se pelo instante em que o ponto central do sol passa no plano equatorial terrestre no seu movimento ascendente, o Ponto Vernal. O ano trópico tem duração média de 365d 5h 48m 45,2s = 365,2421897 dias (solares médios).

O calendário solar (Ano Civil) usado pela humanidade tem uma pequena variação: é o Gregoriano que contabiliza anos bissextos a cada ano 4º, mas os anos centenários são regulares, excepto os múltiplos de 400 que são bissextos também. A duração média do Ano Gregoriano é de 365d 5h 49m 12s = 365,24250 dias o que faz atrasar o calendário civil em relação ao Ano Trópico das estações. Precisaremos duma correção no ano 4800 d.C.

Outra duração temporal usada é a do período orbital terrestre, o intervalo médio de tempo que a Terra necessita para completar a sua órbita elíptica ao Sol. Definido como Ano Sideral, pois é medido em relação às estrelas fixas, a sua duração é de 365d 6h 9m 9,8s = 365,2563630 dias. São mais 20m do que o Ano Gregoriano ou Civil.

Porém, se se contar o período de tempo entre a Terra passar em periélios consecutivos (ponto orbital mais próximo do sol) contabilizam-se 365d  6h 13m  52,5s que é designado por Ano Anomalístico. Em 2016 o periélio ocorre a 2 de Janeiro às 23h.

Deste modo, quando esta noite mudar o ano ainda faltarão 20 min para a Terra completar a sua órbita ao sol. E agora a pergunta difícil: que celebração irá fazer? A da meia noite Gregoriana ou a da órbita terrestre 20 minutos depois?  Talvez seja melhor fazer a três: acrescente-lhes a passagem pelo periélio no dia 2 de Janeiro, sábado!

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