Palestras Públicas 2006

O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) retomou as suas Palestras públicas mensais, que como habitualmente têm lugar no Edifício Central, pelas 21h30 da última sexta-feira de cada mês, estando já marcadas as seguintes:

• 29 de Setembro de 2006
  “O Eclipse total do Sol de 29 de Março de 2006”, Prof. Doutor Pedro Ré.
• Causando pânico ou fascínio, estimulando o misticismo ou o espírito científico, os eclipses nunca deixaram a humanidade indiferente. Nesta palestra serão descritos alguns aspectos dos eclipses totais do sol, nomeadamente a sua mecânica e aspectos relacionados com a sua observação. Será dada uma particular atenção ao último eclipse total do Sol que pôde ser observado em 29 de Março de 2006 numa estreita faixa (não superior a 188 km) que se iniciou no Brasil, atravessou o Atlântico, parte do norte do continente Africano e da Ásia central.

• 27 de Outubro de 2006
  “Almirante Campos Rodrigues, o gigante da Tapada”, Mestre Pedro Raposo.

César Augusto de Campos Rodrigues (1836-1919) marcou definitivamente a actividade científica do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).

O Director Campos Rodrigues (OAL)

Tendo entrado para esta instituição em 1869, quando a mesma ainda se encontrava em fase de organização, finalização de infra-estruturas e instalação de instrumentos, teve oportunidade de imprimir a sua marca pessoal em quase todos os equipamentos e técnicas que aí seriam colocados em uso, sobretudo na determinação rigorosa de coordenadas de objectos astronómicos. Sob a sua direcção, o OAL destacar-se-ia entre a comunidade científica internacional na transição do séc. XIX para o séc. XX, contribuindo com observações de grande precisão para programas internacionais que visavam a determinação rigorosa da distância média Terra-Sol. O empenhamento de Campos Rodrigues nestes programas valer-lhe-ia a atribuição do Prémio Valz da Academia das Ciências de Paris, em 1904. Apesar de ter permanecido meio século na Tapada da Ajuda, dividido entre as tarefas do OAL e as muitas solicitações que lhe eram dirigidas para resolver problemas de instrumentação e de cálculo, a sua vida não foi isenta de peripécias. Enquanto jovem oficial da Armada, percorreu os mares orientais, testemunhou o bombardeamento de Cantão, participou no aprisionamento de piratas, enfrentou o naufrágio da embarcação em que regressava a Lisboa, e contribuiu com mérito para a primeira recolha de dados oceanográficos à escala global. Nesta palestra procuraremos lançar luz sobre as várias facetas desta extraordinária figura da história da astronomia portuguesa, a quem um dos raros detractores cognominou, porventura com igual dose de ironia e acerto, de “O Gigante da Tapada”.

• 24 de Novembro de 2006
  “Historias de planetas”, Doutor Nuno Santos.A descoberta de novos corpos no nosso Sistema Solar, bem como de planetas a orbitar outras estrelas, levantou pela primeira vez a necessidade de definir o que é um planeta. Esta questão acabou por originar um grande debate entre os astrofísicos, mas cujos contornos ultrapassam as fronteiras da comunidade científica. Como resultado, a União Astronómica Internacional votou em Agosto passado a adopção de uma nova definição de planeta. Nesta palestra/debate vamos discutir os resultados que estão na origem de toda a discussão. Analisaremos em seguida a definição de planeta adoptada, bem como o seu impacto científico e social.
• 15 de Dezembro
  Diálogos entre Arte e Ciência
  Exposição de joalharia e debate, palestra/debate.A Arte e a Ciência constituem, num primeiro relance, modos muito diferentes de representar a realidade. Mas, possivelmente entre vários outros aspectos, têm em comum o facto de criarem objectos materiais que funcionam como mediadores das suas representações.
  Peça da autoria de Miriam Castro, inspirada no património do OAL Se um quadro, uma escultura ou uma jóia encerram sensações, sentimentos e significados que se abrem a um jogo interpretativo entre o mundo interior do artista e a subjectividade dos indivíduos que perfazem o seu público, um telescópio, um microscópio ou um relógio de precisão não só materializam um estádio específico de saber a aferir e a partilhar como traduzem a vontade de estender o alcance e os limites desse saber. A joalheira Diana Silva (Ar.Co) desafiou um grupo de joalheiros a desenvolverem trabalhos com base no magnífico acervo de instrumentos científicos (maioritariamente do séc. XIX) que se encontra no Edifício Central do OAL. Este jogo criativo envolvendo objectos materiais de Ciência e de Arte serve de mote a um debate mais alargado sobre as possibilidades de diálogo entre estas duas formas superiores da actividade humana. Quais são essas possibilidades? O diálogo entre Arte e Ciência tem vindo a concretizar-se no desenvolvimento histórico da cultura, ou é preciso ainda incentivá-lo? Que podem Arte e Ciência aprender uma com a outra? Para procurar resposta a questões desta natureza, será promovido um debate, aberto à participação do público presente, e a desencadear com as intervenções de um painel constituído pelos seguintes elementos: Profª Manuela Correia Braga (Ar.Co), Mestre em História de Arte, Prof. Doutor Nuno Crato (ISEG), matemático, Profª Cristina Filipe, responsável pelo Departamento de Joalharia do Ar.Co
  (+ elemento a anunciar)A mediação ficará a cargo do Sub-Director do OAL, Prof. Doutor Paulo Crawford. Antes do debate, o público presente poderá apreciar trabalhos de joalharia baseados no património do OAL, da autoria das joalheiras Catarina Silva, Diana Silva, Filipa Dias, Miriam Castro, Sónia Graça, Susana Beirão e Xana Rodrigues. Estes trabalhos estarão em exibição especialmente para este evento, resultante de uma organização conjunta do OAL e do Ar.Co.

A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio.

Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte esta página em

http://www.oal.ul.pt/palestras.