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O pequeno módulo Schiaparelli da missão ExoMars foi lançado a partir da sonda Trace Gas Orbiter (TGO). Era suposto passar pelos 120 km da alta atmosfera e travado pela sua forma em disco (2,4 m de diâmetro). Foi protegida do aquecimento por material produzido na empresa germano-portuguesa HPS (do Porto), que desenvolveu e integrou as proteções térmicas que também protegeram o equipamento da baixa temperatura no espaço, além de serem biologicamente esterilizadas antes do lançamento. Aos 11 km de altitude o paraquedas deveria abrir e ser largado no último 1,1 km da altitude, para os pequenos propulsores travarem a descida até ao chão. Tudo isto demorou cerca de 6 minutos.

Enquanto descia a Schiaparelli enviou 600 MB de dados (telemetria) que estão a ser analisados. Parece que o paraquedas se libertou cedo demais e os propulsores funcionaram apenas 3-4 s em vez dos 30 segundos programados.

Resultado: o módulo terá caído de uma altitude de 2 – 4 km e embatido a mais de 300 km/h na superfície. O ponto negro com 15 x 40 metros que dista 1 km do ponto branco do paraquedas, na imagem da Mars Reconnaissance Orbiter (NASA), pode ser interpretado como a fragmentação da estrutura e provavelmente a explosão do combustível (dos propulsores) que ficou a bordo. Perdeu-se o Sciaparelli.

A análise dos dados continuará mas a atitude é de “um copo meio cheio”: O módulo caiu a 5,4 km do local programado indicativo da boa órbita de entrada na atmosfera; A telemetria permitirá entender o que correu mal e o que correu muito bem; A TGO ficou a orbitar Marte para medir a abundância e distribuição de gases atmosféricos entre os quais o metano, eventualmente associado a actividade biológica, e está a funcionar em pleno!