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Trânsito de Vénus 2004
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The Venus Transit 2004

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Trânsito de Vénus 2004

Intensidade adequada à Visão..

O filtros solares para serem efectivos e dar segurança à visão humana têm de eliminar a radiação solar nociva e fornecer o nível de intensidade confortável para a visão em todos os comprimentos de onda. Como anteriormente se disse, esta deve ser uma fracção da intensidade máxima e calcula-se considerando que o Sol está no zénite, atravessando uma massa de ar de unitária. Com o Sol em posições mais baixas em relação ao horizonte perde-se intensidade solar directa por dispersão na atmosfera terrestre, em particular na luz azul e violeta. O IV não é tão disperso e há aqui um aspecto importantíssimo a realçar:

Com o Sol baixo (próximo do horizonte) a intensidade da radiação total directa diminui levando a pupila ocular a abrir para deixar entrar mais luz. Como o efeito de dispersão atmosférico é pouco eficiente nos raios IV, traduz-se num aumento real da quantidade de radiação IV que entra no olho e é captada no epitélio pigmentado, aquecendo a retina sem se sentir! Por isso evite observar longamente o sol poente/nascente!

A junção dos filtros solares oculares para observação solar directa com outros aparelhos de óptica activa é extremamente perigosa e pode conduzir à cegueira total em pouco tempo. A razão é que estes aparelhos concentram a luz solar sobre uma área pequena no filtro, ficando a imagem do sol muito mais brilhante do que os valores declarados nas normas que regulam a Intensidade máxima para a retina ocular.

Nunca utilize os filtros solares oculares em conjunto com aparelhos ópticos!

A utilização combinada dos filtros solares para uso ocular com instrumentos ópticos activos (binóculos, câmaras fotográficas ou telescópios) deve ser totalmente evitada.

Um cálculo simples pode explicar este fenómeno. O ganho de intensidade luminosa G da imagem do sol dada por um aparelho óptico em relação à imagem feita por um filtro solar ocular+olho pode ser estimado pela razão G=(D/P)2, onde D é o diâmetro da lente de entrada dos binóculos (telescópio ou objectiva fotográfica) e P é o diâmetro da Pupila do olho, tipicamente 5mm. Por exemplo, nuns binóculos com 50 mm de diâmetro na lente objectiva o ganho de luminosidade é G=(50/5)2 = 100 vezes. Para um pequeno telescópio com D=10cm o ganho G é de 400 vezes.

Um outro problema está relacionado com a concentração de raios solares feita pelos telescópios, binóculos ou mesmo câmaras fotográficas reflex sobre os filtros solares oculares: a imagem do sol que estes instrumentos geram é tão brilhante que pode derreter (plásticos) polyester em poucos segundos, ficando depois uma entrada directa da luz solar na retina, queimando-a imediatamente (sem dor).

Uma situação parecida e igualmente perigosa ocorre com os filtros solares que são fornecidos pelos fabricantes de telescópios pequenos e baratos, e alguns binóculos, para serem colocados na ocular do aparelho, ou seja a lente onde se encosta o olho para ver. O perigo enorme reside no facto do elevado aquecimento a que este filtro fica sujeito, pois a luz solar fica toda concentrada aí. O risco de partir é grande e depois deixa a luz concentrada do Sol entrar até à retina, queimando-a imediatamente (sem dor).